O SURGIMENTO DE VAGABOND NO BRASIL




Esse cara é problema...



Tô reaproveitando aqui uma mensagem que deixei no Anime BR sobre as primeiras pesquisas em cima de Vagabond, um dos mangás mais legais dos últimos tempos... É só pra matar a curiosidade.

"Vagabond foi escolhido a um tempão atrás...

Estava eu andando pelo AnimeCon de 2000, quando uma amiga (a Mara q era da Animanga mas agora tá na Escala!) me mostrou Vagabond e me disse que era a história de Miyamoto Musashi. Ela estava colecionando as edições japonesas e disse q era muito bom.
Na época eu estava muito empolgado com o livro lançado pela editora Estação Liberdade. Sempre ouvi histórias sobre Musashi com amigos japoneses e ainda joguei aquele game do PS feito pela Square, Brave Fencer Musashiden (alguém conhece?). Saiu até um detonado meu em uma Gamers da vida!
Mas voltando, como estava na Conrad e eles estavam procurando novos títulos, comprei o volume 1 e levei até os donos com uma página xerocada do livro em português e uma ficha com dados sobre a obra que era assim:


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Um pouco de Vagabond e Musashi

O mangá Vagabond de Inoue Takehiko reproduz visualmente toda a história do mais famoso romance japonês de todos os tempos: Musashi. Escrito por Eiji Yoshikawa e publicado no Japão em formato de folhetim entre 1935 e 1939, o romance vendeu mais de 120 milhões de exemplares no mundo e foi baseado em antigas e fantásticas histórias que narram os feitos de um dos samurais mais famosos do Japão, Miyamoto Musashi. A obra foi tão marcante que mudou o hábito de vida do povo japonês, que confunde a obra com seu próprio dia a dia.
O próprio Musashi escreveu um livro chamado "Os cinco elementos" (Gorin no sho), baseado em estudos sobre a o "caminho do guerreiro" e a arte de manejar a espada. Esse livro é muito conhecido e utilizado por economistas do mundo inteiro e também foi lançado no Brasil. Na incessante procura por um mangá que fosse tão cult e interessante quanto Gen – Pés descalços, acabei topando com Vagabond. O único problema é que este mangá é recente e o último volume foi lançado no Japão este mês. A obra escrita por Eiji Yoshikawa tem duas edições, com aproximadamente 900 páginas cada um.

Dados sobre o mangá:
Título original: Vagabond
Autor: Inoue Takehiko
Formato: Tankoubon (livro com média de 238 páginas lombada de 19 cm)
Coleção: Morning KC
Divisão: capítulos que vão 20 até 50 páginas cada
Editora: Kodansha
Lançamento no Japão: 23/03/1999

Copyright Inoue Takehiko/ Fumiko Yoshikawa

Formato Banca – Mangá Brasileiro

92 páginas de história (em média!!!)
+4 capas
+2 de editorial e aprenda a ler mangá!

Idéias:
* Poderíamos chamar a tradutora do livro brasileiro (Leiko Gotoda) para fazer a versão do mangá;
* Precisamos de mais ilustrações para as capas;
* Entrevistar o autor da história Takehiko Inoue para uma das edições da Herói;
* Na arte da capa vamos fazer algo parecido com a versão japonesa, com pincéis e alguns nomes originais em japonês. De repente a Lia não encarna o espírito e pode montar uma arte assim;

<<<<<<<<<<<<< fim da ficha >>>>>>>>>>>>>>>


Normalmente quando me pedem para fazer uma análise do título e eu me empolgo, acabo fazendo um relatório para q todos fiquem por dentro das minhas idéias. Essa era até uma forma de mostrar como era o mangá de verdade, pq no primeiro momento para quem não sabe japonês Vagabond era apenas um monte de desenhos legais.

Bom, depois da ficha e do livro ficou todo mundo conhecendo um pouco de Musashi, mas mesmo assim parecia uma coisa difícil já que o mangá era muito recente e pouco conhecido do público brasileiro. A idéia sempre foi a de atrair os fãs de Musashi, aqueles que tiveram a manha de encarar dois livros com mais de 1800 páginas.
Mas um belo dia, um dos chefes da Conrad fez uma viagem ao Japão e voltou espantado com a quantidade de material q falava sobre Vagabond e como fazia sucesso. Ele me disse que na porta da Kodansha tinha um postêr gigantesco do samurai. Neste momento ele pensou que talvez fosse uma boa idéia lançar este título por aqui. Mas mesmo assim, a Kodansha não poderia ajudá-lo pq os direitos autorais de publicação eram inteiramente de Inoue Takehiko. Então que fazer?
Ele conversou comigo sobre isso e dei um jeito de arrumar o e-mail do autor. Assim, com um pouco de ajuda ele fez um e-mail e mandou pro Inoue. Logo veio a resposta dizendo que seria legal publicar o mangá no Brasil. Mas eles queriam dar uma boa olhada no material q a Conrad publicava. Assim, na semana seguinte enviaram para o Japão vários volumes de DB, CDZ e até o Gen.

Daí pra frente rolaram muitas negociações como exigências com papel, divisão das histórias, desenho de capa e tudo mais. A versão final depois de tudo isso é aquela que está na banca, com mais páginas e uma divisão de capítulos que nunca cortará nenhum deles no meio.

Trazer Vagabond para o Brasil significava abrir o mercado de mangá para um público mais adulto e que curtiu o livro Musashi do Eiji Yoshikawa. Vagabond é uma leitura de ficção mais séria e realista, sem aquele apelo fantástico dado aos Shonen e Shôjo mangá. Acho que até por isso é q tem muita gente q torce o nariz quando lê.

E tinha gente na Conrad que achava uma loucura publicar uma mangá assim, mas hj já mudaram de idéia.

Estes dias fiquei sabendo q tem gente q compra o mangá para relembrar a época de Lobo Solitário. Só na Animanga no começo do mês haviam 80 volumes para venda, mas nesta sexta-feira haviam apenas 15. Eu espero que as coisas dêem certo para Vagabond, tb depois do trabalhão que deu.

Tem a mulherada que compra Vagabond, pq acha o Miyamoto Musashi um cara bonitão!

Para quem não acreditava, existe sim uma pesquisa para a escolha dos títulos de mangá que vem para o Brasil. Os editores pesquisam os novos mangás analisando o possível público alvo e tb a faixa etária. Os fãs entram na jogada indicando os títulos (lembra da Mara lá no começo de tudo!!!!) e a editora fica responsável em descobrir se venderá ou não. Depois disso, acontece uma negociação longa e o mangá vai para a banca."

Depois de tudo isso é legal lembrar que Vagabond saiu antes da versão americana... é engraçado como eles começaram a negociar bem depois da gente. Se vc quiser saber mais do Vagabond nos Estados Unidos é só dar uma olhada no site da Viz sobre Vagabond. É bacana, tem uma galeria de personagens, as capas da Viz e um pouco da história.
Agora se quiser ir direto na japonesa e ver o blog do autor é só ir até a IT Planning.




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